(Joanna de Ângelis)
Os dias atuais, caracterizados pelos conflitos psicológicos,
em face do tumulto que domina o pensamento da sociedade e as ambições de cada
indivíduo, exigem profundas reflexões, a fim de que a harmonia permaneça nos
sentimentos humanos e na conduta pessoal em relação a si mesmo.
As admiráveis conquistas da Psicologia profunda, contribuindo para a solução
dos muitos distúrbios que se apresentam perturbadores, convidam à meditação em
torno da realidade de forma a situar-se com equilíbrio diante dos desafios e as
injunções, não raro, penosos, que se apresentam em toda parte exigindo decisões
inadiáveis.
Atordoando-se ante o volume das atividades que defronta, o indivíduo percebe-se
desequipado de valores que lhe facultem uma boa administração das injunções em
que se encontra, não sabendo o rumo que deve seguir.
Convidado, porém, à auto-reflexão, à autoconscientização mediante as quais
poderá descobrir a sua realidade essencial, recusa-se, receando penetrar-se em
profundidade, em razão do atavismo castrador a que se submete.
A sombra que o condiciona ao aceito e determinado ameaça-o de sofrimento, caso
busque iluminar o seu lado escuro, permitindo-lhe a autoidentificação que se
encarregará de libertá-lo das aflições e conflitos de comportamento, que são
heranças ancestrais nele prevalecentes.
Vitimado pelo jogo das paixões sensoriais, pelo tumulto dos jogos da
sensualidade, anula a própria alma que discerne, e procura não se deixar vencer
pelos desejos infrenes, que o arrastam ao jogo ilusório do prazer desmedido.
A estrutura psicológica do ser humano é trabalhada por mecanismos muito
delicados, sofrendo os golpes violentos da ignorância, do prazer brutalizado,
dos vícios inveterados. Não suportando a alta carga de tensões que esses
impositivos lhe exigem, libera conflitos e temores primitivos que estão
adormecidos, desequilibrando as emoções, cujos equipamentos sutis geram
distonias e depressões.
Procura, então, agônico e insatisfeito, recuperação na variedade dos prazeres,
identificando-se mais confuso, a um passo de transtorno sempre mais grave, qual
ocorre a todo instante no organismo social e nos relacionamentos interpessoais.
Não saciado, surge a necessidade das extravagâncias, pelas libações alcoólicas,
uso de substâncias químicas alucinantes, aberrações sexuais intituladas de
variedades para o prazer, agressividade, violência, ou queda nos abismos da
depressão, da loucura, do suicídio...
A sombra governa-o, e ele se recusa à luz da libertação.
Somente através da coragem para encontrar a consciência mediante uma análise
tranqüila das possibilidades de que dispõe é que a criatura humana logrará
liberar-se da situação conflitiva que a domina, facultando-se selecionar os
valores reais daqueles ilusórios aos quais se atribui significados, mas que
sempre deixam frustração e vazio existencial.
A única alternativa disponível, portanto, para o ser humano de hoje, qual
ocorreu com o de ontem, é o mergulho interior, a autodescoberta, a
conscientização da sua realidade de Espírito imortal em viagem transitória pelo
corpo, a fim de adquirir novas realizações, reparando males anteriores e
conseguindo harmonia íntima, para que possa desfrutar de todas as concessões
que se lhe encontram à disposição, premiando-o pelo esforço de autoconquista e
autolibertação.
Somente a claridade vence as sombras, e a autoconscientização é o foco de luz
direcionado à escuridão que predomina no comportamento psicológico do ser
humano.
Divaldo P. Franco, 11/06/2000, em Paramirim, Bahia.
Quando o artigo lembrei-me da Aline, da Cidade das Pirâmides, que há muito tempo desenvolve um trabalho sério para o despertar da consciência. Quando ela afirma: "O auto-conhecimento desperta a nossa consciência" - está falando em seu Programa De Olho no Mundo(www.deolhonomundo.com). Acho que vocês gostarão do programa. Abçs.
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