Evidências científicas atuais sobre a existência da vida após a morte
Mado Martínez e Elaine Vieira[1]
Já faz muitos anos que os seres
humanos se perguntam se há algo além da vida. Muitas culturas, religiões e
doutrinas têm sido baseadas na crença de que os mortos vão viver em outros
mundos, vão ao paraíso ou reencarnam... Mas o que aconteceria se ciência nos
desse evidências de que há vida depois da morte? Nas ultimas décadas, vários
cientistas e médicos pesquisadores de várias universidades do mundo estão
revolucionando o paradigma do século XXI mostrando evidências de que a
consciência de fato sobrevive à morte física.
Mediunidade no laboratório
No instituto Windbridge no Arizona,
EUA, a Dra. Julie Beischel está conduzindo uma pesquisa importante para
demonstrar que há vida após a morte. Basicamente, utiliza três métodos para
estudar o fenômeno da mediunidade: proof-focused: são testes para
verificar se os médiuns estão dando a informação correta; process-foused:
estuda a experiência dos médiuns durante as comunicações espirituais;applied-research:
examina como a informação dos médiuns pode beneficiar a sociedade em geral.
Os resultados da Dra. Beischel
confirmam a hipótese de que o espírito sobrevive à morte. Entramos em contato
com a Dra. Julie Beischel para perguntar sobre o método científico que
aplica em suas pesquisas. Ela disse que utiliza controles muito estritos
para pesquisar o fenômeno de mediunidade através de um programa científico que
contém uma quantidade grande de dados: 'No instituto Windbridge, estamos
interessados principalmente no estudo da mediunidade. Utilizamos o método
científico e controles estritos para pesquisar estes fenômenos e o programa de
pesquisa da mediunidade abrange uma quantidade enorme de dados. Através de
nosso método quintuplo-cego[2] com
médiuns certificados pelo instituto Windbridge, podemos demonstrar que as
informações dos médiuns sobre familiares já mortos são exatas, e além do
mais, os médiuns não têm nenhum conhecimento prévio sobre a família ou o
desencarnado'. Além disso, Beischel disse: 'Este paradigma de
pesquisa é ideal porque o fenômeno da mediunidade é facilmente replicável
e podemos trazer o fenômeno da mediunidade ao laboratório.' A Pesquisa da
Dra. Beischel certamente demostra que o fenômeno da mediunidade é de fato
autentico.
No Brasil, a mediunidade de Chico
Xavier foi estudada pelo Dr. Paulo Rossi em 1991. Chico Xavier ficou conhecido
pelo seu trabalho gratuito, onde publicou mais de 400 livros através de mais de
600 autores espirituais, e também escrevia cartas de pessoas já
falecidas. O estudo do Dr. Paulo Rossi confirmou que 93, 3% das pessoas
que visitavam Chico Xavier não o conheciam; 62,2% das mensagens mostraram mais
de seis fatos reais cada; e 71,1% continham informações detalhadas sobre
pessoas falecidas, que foram posteriormente confirmadas como verdadeiras por
seus familiares. Rossi conclui que a informação revelada por Chico Xavier
de fato provém de espíritos de pessoas mortas e não é o resultado de qualquer
classe de fraude.
Em 2004, Alexander Moreira de
Almeida concluiu sua tese de doutorado pela USP, na área de experiências
mediúnicas. Almeida estudou 115 médiuns espíritas que seguem a doutrina
codificada por Allan Kardec, com o objetivo de construir seu perfil
sociodemográfico e para comprovar sua saúde mental. Os pesquisadores
concluíram que a maioria dos médiuns desenvolveu sua mediunidade durante a
infância e mostraram altos índices socioeducativos. Além disso, os
resultados mostraram um nível muito baixo de desordens psiquiátricas.Esse
estudo mostra que os médiuns que com freqüência são taxados de “loucos” são na
verdade pessoas sem quaisquer problemas psicológicos e apresentam um nível
muito alto de escolaridade.
O Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, da
USP de São Paulo, usa técnicas de difração de raios X, tomografia
computadorizada e ressonância magnética para explicar a relação entre a
glândula pineal e a mediunidade. Dr. Sérgio demonstrou que médiuns de
incorporação possuem mais cristais de apatia na glândula pineal, e que durante
o momento da comunicação espiritual os médiuns possuem alta atividade cerebral
e aumento de fluxo sanguíneo na região da glândula pineal. A hipótese do
Dr. Oliveira é que a glândula pineal é o órgão sensorial da mediunidade.
Pesquisas sobre experiências de
quase-morte
No King’s College de Londres está
acontecendo uma revolução no mundo da tanatologia, o estudo científico sobre a
morte. O pesquisador e médico, Peter Fenwick, está fazendo experimentos
detalhados sobre um fenômeno que acontece entre as 24 e 48 horas antes e depois
da morte e também no momento da morte. As experiências de quase-morte se
referem ao conjunto de visões ou sensações frequentemente associadas a situações
de morte iminente. Essas sensações incluem: experiência fora do corpo;
levitação; medo extremo; serenidade total, segurança, calor e a presença de uma
luz. Esses fenômenos são normalmente informados após uma pessoa ter sido
considerada clinicamente morta e que depois volta à vida. Dr. Fenwick estuda as
visões de pessoas que estão internadas e que falam com parentes já mortos.
Também pesquisa coincidências de desencarnados que contactaram alguém somente
para dizer que ela/ele havia morrido. “Esses acontecimentos ocorrem com
muita frequência e em grande porcentagem dos casos e afirma que a consciência é
diferente do cérebro”, conclui Dr. Fenwick.
O Dr. Kenneth Ring, da Universidade
de Connecticut e Sharon Cooper, da Universidade de Nova York, fizeram um estudo
de dois anos sobre as experiências de quase-morte em deficientes visuais, com
resultados espantosos. Os resultados foram publicados no livro Mindsight
(1999), o qual comprovou que 31 pessoas cegas que passaram pela
experiência de quase-morte descreveram a experiência de terem podido ver pela
primeira vez em suas vidas, dando detalhes de procedimentos médicos na mesa
cirúrgica.
O médico oncologista Jeffrey Long,
que dirige a fundação de pesquisa sobre experiência de quase-morte
(http://www.nderf.org), tem recolhido mais de 2.500 estudos de casos em todo o
mundo de pessoas que tiveram esse tipo de experiência. Por usar o método
científico em sua pesquisa, decidimos contatar Dr. Long para descobrir mais
sobre seu trabalho. Em nossa entrevista por e-mail com ele, declarou: “Minha
área profissional está baseada em pesquisas sobre experiências de quase-morte.
Em minha opinião, as experiências de quase-morte proporcionam uma das maiores
evidências científicas da vida após a morte.” Em seu livro Evidence of the
Afterlife (Evidencias da vida após a morte), Dr. Long faz um resumo das linhas
de evidência que apontam a veracidade das experiências quase-morte: os
pacientes clinicamente mortos experienciam: 1) consciência clara; 2)
experiências reais fora do corpo; 3) sentidos aguçados; 4) consciência durante
a anestesia; 5) lembranças claras, reencontros com familiares falecidos. Além
disso, Dr. Long confirma que as experiências de quase-morte em crianças são as
mesmas que em adultos, que experiências de quase-morte ocorrem no mundo todo, e
que as pessoas que passam por experiências de quase-morte geralmente promovem
uma mudança de vida significativa.
Pesquisas em Terapia de Regressão de
Vidas Passadas e Reencarnação
O psicoterapeuta Dr. Brian Weiss do
Centro Mount Sinai em Miami, EUA, que se declarava pessoa cética, mudou de
opinião e decidiu pesquisar o fenômeno da reencarnação e espiritualidade ao
constatar que uma de suas pacientes, após recordar sua vida passada, podia dar
detalhes impressionantes sobre seu filho já morto. Ele também constatou que
durante a sessão de hipnose, seus pacientes diziam ver professores (espíritos).
Dr. Weiss teve a oportunidade de conversar com tais professores que lhe deram
informações detalhadas sobre assuntos que a paciente desconhecia. Depois
de muita investigação, Dr. Weiss escreveu vários livros, entre eles: Many
Lives, Many Masters (Muitas vidas, muitos mestres), Messages from the Masters
(Mensagens dos mestres), Only love is real, (Somente o amor é real) entre
outros, onde explica a realidade da reencarnação e do mundo espiritual desde a
perspectiva psiquiátrica.
Dr. Ian Stevenson, falecido em 2007,
era um dos pesquisadores mais conhecidos na área da reencarnação na
Universidade da Virginia. Ele não utilizava o método de hipnose para verificar
se uma pessoa teve uma lembrança de uma vida anterior; ao contrário, ele
estudou milhares de casos em crianças nos EUA, Inglaterra, Tailândia, Birmania,
Turquia, Líbano, Canadá, Índia, etc. Primeiro, ele verificava toda a informação
sobre a vida anterior da criança. Depois, identificava o desencarnado que a
criança dizia ter sido na vida anterior. Mais tarde, confirmava os fatos da
vida passada do desencarnado que coincidiam com as lembranças das crianças. Ele
também comparava marcas no corpo e defeitos de nascimento das crianças com
feridas e cicatrizes que os desencarnados possuíam quando vivos, tudo isso
confirmados por registros médicos. O Dr. Jim Tucker, diretor médico da Clínica
Psiquiátrica Child and Family, da Universidade da Virginia, é o atual sucessor
do Dr. Stevenson. Nós entramos em contato com Dr. Tucker para saber um pouco
mais sobre as provas da vida após a morte. Ele respondeu: "As provas
mais importantes da vida após a morte, além das experiências quase-morte, são
as pesquisas com médiuns, relatórios detalhadamente estudados de aparições
e lembranças de vidas passadas em crianças. Ian Stevenson passou 40 anos
estudando tais casos, onde a maioria deles vinha de culturas com uma crença em
reencarnação. Eu agora estudo os casos ocidentais, e os resultados são
praticamente os mesmos”.
A ciência da vida após a morte
A Ciência do pós morte foi
investigada do ponto de vista judicial pelo advogado australiano e escritor
Victor Zammit. Ele afirma que todas as provas que ele reuniu sobre a vida após
a morte são bastante fortes para serem aceitas em qualquer tribunal (http://www.victorzammit.com).
Em seu livro: A Lawyer Presents the Case for the Afterlife (2006, 4a ed.),
Zammit mostrou 23 áreas diferentes que demonstra a existência de vida após a
morte. Ele colocou como desafio para os cientistas, onde ele pagaria U$
1.000.000 para que alguém provasse que não há vida após a morte!
Atualmente, há numerosos estudos
sendo conduzidos na área de espiritualidade e vida após a morte, onde os
cientistas estão utilizando tecnologias de ponta e métodos científicos. A
pesquisa pioneira de Raymond Moody e Elisabeth Kübler-Ross tem contribuído ao
desenvolvimento desta área. Podemos citar vários outros exemplos como: Erlendur
Haraldsson da Universidade de Islândia, Morris Netherton terapeuta de vida
passada, o psicólogo Peter Ramster, o psicoterapeuta Andy Tomlinson, o
cardiólogo Pim Van Lommel, e muitos outros. Embora vários pesquisadores estejam
encontrando evidências impressionantes que sugerem que há vida após a morte, ou
pelo menos a sobrevivência da consciência, eles ainda não sabem bem como
explicar como tudo funciona... É, às vezes a ciência funciona desta maneira; um
exemplo clássico são os astrônomos e os astrofísicos que podem identificar uma
relação entre os ciclos de atividade do Sol e o clima na Terra, assumindo que
esta relação existe apesar de não saberem como funciona. Como o Professor Sami
Solanki, do Instituto Max Planck do Departamento de Pesquisa do Sistema Solar
na Alemanha, declarou (http://tinyurl.com/77taz9c): “A correlação entre os
ciclos solares e o clima terrestre não tem sido demonstrada.” Então, por que
estudam esta correlação se ainda não sabem que isto realmente existe? A
resposta é simples: é porque eles têm observado evidências que sugerem que isso
pode ser desta maneira… Pois bem, parece que estamos em uma situação muito
similar com os estudos sobre a vida após a morte. Os pesquisadores têm
observado evidências que sugerem que a consciência sobrevive à morte física,
mas ainda não conseguem entender bem como isso funciona. Se nos dois casos a
ciência ainda não foi capaz de demonstrá-los, então nós ainda não podemos
rechaçar a possibilidade de uma possível existência da vida após a morte!
___________
Obs.: O artigo original consta de 10
páginas e foi publicado na revista Año Cero na Espanha (tema de capa de revista
no mês de dezembro de 2011) e na revista Nexus na Australia (Abril de 2012).
Revista Internacional de Espiritismo
(RIE), ano LXXXVII - Nº 06.
Agradecemos ao colaborador Ricardo
Malta pelo envio do artigo. (O Blog dos Espíritas).
[1] Mado Martínez é
filóloga que atualmente está estudando e trabalhando no campo antropológico na
Universidade Nacional de Educação de Distância (UNED), Espanha. É autora de
oito livros e muitos artigos para revistas em todo o mundo. Elaine Vieira é
fisiologista e pesquisadora PhD na área de doenças metabólicas em Barcelona,
Espanha.
[2] Quintuplo-cego: protocolo
científico realizado para evitar resultados tendenciosos, onde nem o
examinado (objeto de estudo) nem o examinador (pesquisador) sabem as variáveis
do estudo, no caso do quintuplo-cego são usados 5 pessoas diferentes para
ajudar na análise dos dados sem que nenhuma delas saiba do que se trata o
estudo.
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